"Por vezes o destino é como uma pequena tempestade de areia que não pára de mudar de direcção. Tu mudas de rumo, mas a tempestade de areia vai atrás de ti. Voltas a mudar de direcção, mas a tempestade persegue-te, seguindo no teu encalço. Isto acontece uma vez e outra e outra, como uma espécie de dança maldita com a morte ao amanhecer. Porquê? Porque esta tempestade não é uma coisa que tenha surgido do nada, sem nada que ver contigo. Esta tempestade és tu. Algo que está dentro de ti. Por isso, só te resta deixares-te levar, mergulhar na tempestade, fechando os olhos e tapando os ouvidos para não deixar entrar a areia e, passo a passo, atravessá-la de uma ponta a outra."
Haruki Murakami, in "Kafka à Beira-Mar"
3 comentários:
A imagem do Murakami resulta muito bem. Aquilo a que chamamos destino parece-me algo que depende pouco de nós. Quantas vezes acho que estou a tomar decisões e depois apercebo-me que não escolho nada, sou "empurrada" para uma opção, porque mais nenhuma seria plausível...
... será?
:) Curioso. Muitas vezes pensei isso também, Guida, mas já não acredito muito nisso. Estou a fazer uma formação em Coaching que me está a ser extremamente útil a todos os níveis e tenho aprendido e descoberto muito acerca de mim e das pessoas, de uma forma geral. Percebo cada vez mais que as decisões dependem sempre de nós, claro que há factores que interferem na nossa tomada de decisão, e muitas vezes temos que atravessar "tempestades" até perceber o que queremos, mas é nossa a "palavra final"... :) Faz-me mais sentido assim.
Beijo grande!
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