Estamos tão habituados ao nosso conforto que nos é difícil imaginar noutro cenário, com outro tipo de condições, sem aquilo a que egoisticamente chamamos de imprescindível. Nos dez dias em que estivemos no Senegal, praticamente não houve água. Nas torneiras era rara a hora em que corria e no chuveiro... nem cheirá-la. O nosso melhor amigo foi mesmo o púcaro, que nos proporcionou alguns dos melhores e mais refrescantes momentos no acampamento. A primeira vez posso dizer que foi estranho, mas quando voltei a abrir um chuveiro até me fez impressão o jacto de água! E a verdade é que, mesmo com muito menos do que estava acostumada a ter, ainda assim, me senti uma privilegiada, e fui-o, de facto, sobretudo perante as condições em que vivem as pessoas da comunidade em que estivemos inseridos. Apesar de tudo, não deixa de ser incrível como nos adaptamos, mesmo contra tudo aquilo que imaginamos. E a adaptação foi tão boa que disse e escrevi mesmo, várias vezes, que não sentia falta de nada e me sentia em casa. Sem a água e as condições a que aqui estou habituada (privilégio, luxo!), fui mais feliz do que nunca. Suja no corpo, sim, mas limpa. Por dentro. Na alma. Essa foi uma das maiores lições que retive da minha primeira aventura em África: é preciso tão pouco para se ser feliz!...
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