31.1.09

Animais

Onde o gato está eu sei que a encontro. Hoje vi o seu pêlo branco e preto a luzir junto às couves e nem era preciso chamar para saber que ela ali estava: "Avó!"... "Estou aqui!... O gato é agora a companhia da minha avó, uma companhia fiel, que a acompanha para todo o lado, como que a dizer "Eu estou aqui, não estás sozinha...". Chega a emocionar ver a minha avó e o gato, sempre a olhar para ela com uns grandes olhos azuis curiosos e atentos. Quando ela está em casa, ele fica no tapete ou no sofá da arrecadação, e só sai quando ela sai também. Quando anda no quintal, como hoje, ele lá anda também, a trepar às árvores ou simplesmente deitado ao pé dela, a vigiar. Quando chegamos do cemitério ele lá está, sentado à beira da estrada, pacientemente à espera. Mal a vê parece que relaxa, dá uma grande espreguiçadela e roça-se nas suas pernas, a demonstrar a felicidade por a ver chegar. Ao observar tudo isto, sinto cada vez mais que realmente um animal é uma grande companhia, que pode ajudar até a consolar-nos nos momentos mais tristes e de maior solidão. Lembro-me também do meu Patusco, um Cocker completamente maluco que todos amámos como se fosse mais um da família. Ao seu lado era impossível estar triste, mal nos via saltava-nos para cima com uma alegria esfusiante, era impossível resistir àquele amor, àquela lealdade. Quando tivemos que nos despedir, sofremos como se fosse mais um da família. E era-o, de facto. Porque os animais também fazem parte das memórias mais doces do nosso baú...

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