Por muito que escreva, tudo vai ser sempre pequeno demais para te dizer o quanto te amo. Entre nós há cada vez mais silêncio, às vezes apenas nos abraçamos e disfarçamos as lágrimas, porque não conseguimos dizer o quanto nos amamos, o quanto temos medo de nos perder um ao outro. Mas eu sei que, por mais anos que passem por nós, eu serei sempre a tua menina, a tua princesa, e tu sabes que serás sempre sempre o meu papá.
Sempre foste o meu pilar, o meu guia, a minha referência. A maior parte das pessoas não te compreende, não te conhece. Têm medo do teu ar sisudo, sério. Aliás, sempre assustaste os nossos amigos por causa disso. Achavam que tu eras duro demais, mau até. E, no entanto, sempre foste uma ternura connosco. Lembro-me que já eu tinha 7, 8 anos ainda me levavas todas as noites ao colo para a cama, aconchegavas-me a roupa e davas-me um beijo enorme, juntamente com uma festa no cabelo. Continuas a abraçar e a beijar o Nuno, apesar de ele já ser um homem. Acho-te até cada vez mais doce, mais sensível. Lembro-me das tardes de pesca, em que, com toda a paciência, me desenrolavas o anzol dos limos vezes sem conta e voltavas a espetar uma pequena minhoca para eu voltar a tentar apanhar algum peixinho. O que eu adorava esses momentos! Lembro-me do que sofreste quando comecei a ter os meus namorados e percebeste que eu já não era uma menina. Mas sempre me respeitaste, sempre me apoiaste em tudo, sempre me deste liberdade para eu fazer as minhas escolhas, mesmo sabendo que ia errar e sofrer. E quando isso aconteceu, estiveste sempre ao meu lado para me amparar, nunca me recriminaste. Não imaginas o quanto isso tem sido importante para mim! Tenho-te como um exemplo também a nível profissional. Sempre foste absolutamente dedicado ao teu trabalho, sei que os colegas sempre te admiraram e respeitaram, os doentes criavam laços de afecto contigo que permaneciam por muitos anos. Por tudo isso e tanto, tanto mais, muito do que sou devo-o a ti, sem dúvida, pai exemplar, meu único amor eterno.
19.3.09
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