
passados tantos anos da nossa troca de correspondência, hoje apeteceu-me novamente escrever-te. Hoje não sei a tua nova morada, mas sei que lerás esta carta na mesma. Tenho-me lembrado muito de ti, mesmo muito, mais do que imaginas e do que te digo, porque hoje estamos um pouco mais longe, embora eu te continue a sentir sempre perto no meu coração. É curioso como podemos estar anos sem ver e sem falar com alguém, mas continuarmos a senti-lo tão perto, tão presente.
Escrevo-te para te dizer que marcaste a minha vida. As tuas palavras ficaram gravadas para sempre na minha memória. Entre muitas outras, recordo as que utilizaste para começar uma dessas muitas cartas, guardadas num baú especial: "tu existes?"... Dizias-me sempre, com um sorriso e os olhos humedecidos, que admiravas a minha forma de ver o mundo, dizias que eu via tudo "cor-de-rosa" e que isso era lindo, dizias para eu nunca deixar de ver o mundo com esse meu olhar. Eras mais velha, mais experiente, das pessoas mais inteligentes que conheci até hoje, e eu tentava perceber essa tua admiração, porque para mim era óbvio que o mundo era cor-de-rosa!....
Hoje, amiga, penso em ti. Apetece-me dizer-te que cresci, que descobri com a vida que o mundo é de muitas cores, de todas as que existem. Descobri que o mundo é da cor que o quisermos pintar, mas que há momentos em que outro alguém o pinta por nós, muitas vezes numa cor que não gostamos e que queremos a toda a força mudar... Ou será que somos nós que o pintamos e não nos apercebemos? Ou não queremos perceber?... Como vês, as perguntas continuam, isso não muda e penso que não mudará. Descobri também que a vida só faz sentido se conseguirmos viver intensamente tudo o que cada cor tem para nos dar, viver intensamente os momentos felizes e viver de forma igual os infelizes. Só assim podemos sentir que vivemos, verdadeiramente. Sabes, amiga, percebi também que a minha cor preferida é o branco. Pelo meu apelido, que uso orgulhosamente como a herança mais preciosa da minha família, mas pela serenidade que representa e que consegui encontrar em alguns (poucos) momentos. Alguns deles partilhaste comigo. Lembras-te da caminhada a pé a Fátima, em 1998? Poucas vezes senti a paz e a serenidade que senti naquela noite, na vigília, no Santuário. Como esses, outros momentos se seguiram, todos marcantes, todos de uma beleza incomparável. Ultimamente, a minha vida tem sido a busca pelo branco, por essa paz no coração. Sei que um dia a voltarei a encontrar, talvez nas coisas mais simples e inesperadas.
Hoje, amiga, penso em ti. Apetece-me dizer-te que cresci, que descobri com a vida que o mundo é de muitas cores, de todas as que existem. Descobri que o mundo é da cor que o quisermos pintar, mas que há momentos em que outro alguém o pinta por nós, muitas vezes numa cor que não gostamos e que queremos a toda a força mudar... Ou será que somos nós que o pintamos e não nos apercebemos? Ou não queremos perceber?... Como vês, as perguntas continuam, isso não muda e penso que não mudará. Descobri também que a vida só faz sentido se conseguirmos viver intensamente tudo o que cada cor tem para nos dar, viver intensamente os momentos felizes e viver de forma igual os infelizes. Só assim podemos sentir que vivemos, verdadeiramente. Sabes, amiga, percebi também que a minha cor preferida é o branco. Pelo meu apelido, que uso orgulhosamente como a herança mais preciosa da minha família, mas pela serenidade que representa e que consegui encontrar em alguns (poucos) momentos. Alguns deles partilhaste comigo. Lembras-te da caminhada a pé a Fátima, em 1998? Poucas vezes senti a paz e a serenidade que senti naquela noite, na vigília, no Santuário. Como esses, outros momentos se seguiram, todos marcantes, todos de uma beleza incomparável. Ultimamente, a minha vida tem sido a busca pelo branco, por essa paz no coração. Sei que um dia a voltarei a encontrar, talvez nas coisas mais simples e inesperadas.
Saudade, muita saudade, da tua, sempre, amiga.
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