No meu "baú" estão muitos tesouros, todos aqueles que fazem parte da minha memória, onde ficarão para sempre guardados os sentimentos, os saberes e os afectos que vou vivendo ao longo dos dias...
1.2.10
Que mundo é este?
Vi há pouco mais uma excelente reportagem da SIC, "Este país não é para velhos", e, apesar de todas as histórias que já ouvi dos idosos com que trabalhei e das ajudantes de lar a quem dei formação, é impossível não ficar chocada, revoltada, enojada com as (tristes) histórias ali contadas. Histórias de maus-tratos, de abandono, de desprezo, de maldade, de desumanidade. É impressionante como há pessoas que são capazes de tratar assim os próprios pais, batendo-lhes, negligenciando-os, roubando-os! Há dias alguém me dizia com um ar fatalista que sentia que o mundo caminhava para um beco sem saída, que algo de muito mal estava para acontecer. Talvez seja verdade, para onde caminha a humanidade, afinal? Cada vez há menos lares, na verdadeira acepção da palavra. Cada vez menos as famílias querem cuidar dos seus idosos em casa, no conforto do seu verdadeiro lar. Por isso, num momento em que o meu avô já não me reconhece, embora me sorria e me beije sempre, tenho orgulho na minha família, sobretudo no meu pai e no meu tio, que fazem tudo para o manter em casa e cuidar dele com todo o amor do mundo, mesmo que seja preciso repetir-lhe 20 vezes a mesma coisa. Tenho noção de que é raro e, por isso mesmo, os admiro e amo ainda mais por isso. Sei que ele não está connosco como estava, está agora num mundo que nós não conhecemos, mas sinto-o feliz, o que me reconforta, sobretudo quando penso que mundo é este em que vivo e onde acho que cada vez menos há espírito de família e de respeito pelo ser humano.
3 comentários:
Anónimo
disse...
olá Mafalda, Hoje resolvi passar pelo seu baú na esperança que estivesse de volta, e qual não foi o meu espanto ao ver que voltou. Fico muito contente. Adorei este filme, serve para reflectir. Bjs F.
Doce Mafalda É sempre com muito prazer que navego pelo seu site e viajo pelas suas palavras. É tão bom constatar que continua sempre igual a si própria...e tão mulher. A sua reflexão sobre a reportagem em questão, é a virtude que infelizmente se vai perdendo. E como sei que ainda está apaixonada por África, gostaria de lhe dizer, que na minha "África", o respeito pelos mais "velhos" é algo tão forte e tão enraizado, como os velhos imbondeiros, fortes, robustos, encantadores... Lá, nesse lugar aonde o seu sonho a "desinquieta"...Nesse lugar tão longe... Você de certeza que iria adorar o que é ser "velho". O sol nunca é "velho".
Que bom chegar a casa e receber duas visitas tão queridas! Já tinha saudades deste espaço por isso mesmo, pelos laços que se vão tecendo com pessoas que raramente (ou nunca) vejo, mas a quem me sinto tão profundamente ligada. É verdade, Edgar, no meu coração África está cada vez mais latente e este ano ainda talvez tenha novidades... Sei que os velhos em África são respeitados de outra forma, o que também me seduz. Já deu para perceber que gosto de estar e de aprender com os mais velhos e espero um dia poder dedicar-me exclusivamente a estas pessoas, para lhes dar um pouco mais de carinho e dignidade. Foi bom imaginar-me debaixo de um imbondeiro, a ver esse pôr-do-sol... :) Beijinhos aos dois!!
3 comentários:
olá Mafalda,
Hoje resolvi passar pelo seu baú na esperança que estivesse de volta, e qual não foi o meu espanto ao ver que voltou. Fico muito contente.
Adorei este filme, serve para reflectir.
Bjs
F.
Doce Mafalda
É sempre com muito prazer que navego pelo seu site e viajo pelas suas palavras. É tão bom constatar que continua sempre igual a si própria...e tão mulher.
A sua reflexão sobre a reportagem em questão, é a virtude que infelizmente se vai perdendo.
E como sei que ainda está apaixonada por África, gostaria de lhe dizer, que na minha "África", o respeito pelos mais "velhos" é algo tão forte e tão enraizado, como os velhos imbondeiros, fortes, robustos, encantadores...
Lá, nesse lugar aonde o seu sonho a "desinquieta"...Nesse lugar tão longe... Você de certeza que iria adorar o que é ser "velho".
O sol nunca é "velho".
bjs e um pôr-do-sol poisado num Imbondeiro.
Que bom chegar a casa e receber duas visitas tão queridas! Já tinha saudades deste espaço por isso mesmo, pelos laços que se vão tecendo com pessoas que raramente (ou nunca) vejo, mas a quem me sinto tão profundamente ligada.
É verdade, Edgar, no meu coração África está cada vez mais latente e este ano ainda talvez tenha novidades... Sei que os velhos em África são respeitados de outra forma, o que também me seduz. Já deu para perceber que gosto de estar e de aprender com os mais velhos e espero um dia poder dedicar-me exclusivamente a estas pessoas, para lhes dar um pouco mais de carinho e dignidade.
Foi bom imaginar-me debaixo de um imbondeiro, a ver esse pôr-do-sol... :)
Beijinhos aos dois!!
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