17.3.10

Diz tu por mim, silêncio


Não era hoje um dia de palavras,
Intenções de poemas ou discursos,
Nem qualquer dos caminhos era nosso.
A definir-nos bastava um acto só,
E já que nas palavras me não salvo,
Diz tu por mim, silêncio, o que não posso.

José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"

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