Fotografia: Angela Bacon-Kidwell
Descansa, pai, dorme pequenino, que levo o teu nome e as tuas certezas e os teus sonhos no espaço dos meus. Descansa, não vou deixar que te aconteça mal. Não se aflija, pai. Sou forte nesta terra e nos meus pés. Sou capaz e vou trabalhar e vou trazer de novo o mundo que foi nosso. Vou mesmo, pai. O mundo solar. Reconhecê-lo-ei, porque não o esqueci. E também o tempo será de novo, e também a vida. Sem ti e sempre contigo. A tua voz a dizer orienta-te, rapaz. Não se apoquente, pai. Eu oriento-me. E vou.
José Luís Peixoto, in "Morreste-me"
...Ao meu pai...
...Ao meu avô, que foi pai...
...A todos os pais, raízes eternas de ternura na vida dos seus filhos.
Sem comentários:
Enviar um comentário