
A noite passa, lenta, serena. Vou à janela, na rua o silêncio, a ausência. Penso na vida, em mais uma perda. O sofrimento mói, arranha no mais fundo de mim, tão fundo onde só eu sei ir, onde só eu me reconheço. O caminho é lento e solitário. As pessoas rodeiam-me, falam, riem, brincam, mas o caminho tem que ser enfrentado sozinha. Tenho medo, não quero seguir, apetece-me ficar suspensa no tempo, mas sei que tenho que continuar. Volto à janela, procuro forças nesse lugar tão fundo onde só eu me reconheço. Começo lentamente a sentir uma paz. E devagar, com todo o cuidado, ponho-me a caminho, sabendo que já não posso voltar atrás.
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