
A mulher estava sentada à soleira da porta. A casa era velha, como ela. As paredes eram de pedra, gastas pelo tempo, as janelas tinham feridas, remendadas com papel, a porta estava aberta, não sei se conseguiria fechar-se. Houve algo naquela mulher que me atraiu... Seriam as rugas? O sorriso? A solidão?... Sentei-me a seu lado, na soleira da porta. Há muito que não fazia algo tão simples e, todavia, tão complexo. Estar com alguém só porque sim, ficar, conversar, esquecer o relógio que teimosamente batia no meu pulso e me chamava para casa. A mulher tinha todo o tempo do mundo, e eu toda a curiosidade...
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