21.6.09

Livros

Nunca gostei muito de Bibliotecas. Lembro-me da Biblioteca Itinerante, da carrinha vermelha que parava em frente à Associação. Tinha o cartão e gostava sempre de entrar e sentir os livros. Às vezes trazia um ou outro, mas muitas vezes vinha de mãos vazias. Fui "leitora" de várias Bibliotecas, mas um péssimo exemplo, confesso. Quase sempre deixava passar o prazo de entrega, esquecia-me, não lia o livro durante aquele tempo ou, quantas vezes, não me apetecia devolvê-lo. Nunca gostei de ter prazos para ler livros, gosto de os ler e reler quando quero, consoante o que sinto e o que preciso. Para além disso, sou muito apegada aos livros. Por isso, sempre gostei de entrar em livrarias e de passar horas a ver títulos, capas, a ler alguns excertos, a ganhar curiosidade de ler algum em especial. Adoro poder trazer um livro para casa e saber que o vou ter sempre ali à mão para quando sentir saudades de alguma frase ou de alguma ideia em especial. Sempre gostei de sublinhar os livros, marcar páginas, saber e sentir que têm vida própria. Muitas vezes gosto de ir à estante e rever alguns. Gosto de chegar à mesinha de cabeceira e ter a segurança de que tenho ali aquele livro especial e que, se precisar, posso olhar para ele, tocá-lo, cheirá-lo ou folheá-lo com cuidado e amor. Sim, porque os livros são sempre um acto de amor, seja de quem os escreve ou de quem os lê. Um dia gostava de ter uma livraria. Não era uma livraria qualquer, não. Era um cantinho especial, quase mágico. Um espaço de amor pelos livros e pelas palavras que lhes dão vida. Um espaço de poesia. Um espaço de afectos. Um espaço de olhares cúmplices e conversas amigas. Um espaço de ternura. Um espaço para a ternura. Um espaço de sonhos e, porque não, de ilusões. Um espaço de verdades. Um espaço de sons, sabores, cheiros e emoções. Onde os livros se fundissem com as pessoas. Como se fossem um só.

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