19.6.10

À sombra de um embondeiro...


"Na viagem para África, porém, esse sonho rodopiou. Talvez tivesse esperado demaisado tempo. Nessa espera, aprendi a gostar de ter saudade. Recordo os versos do poeta que diziam «eu vim ao mundo para ter saudade». Como se apenas pela ausência eu me povoasse interiormente. Seguindo o exemplo dessas casas que só se sentem quando estão vazias. Como esta casa que agora habito."

Mia Couto, in "Jesusalém"

2 comentários:

Edgar Neves disse...

Doce Mafalda
Foram destes braços fortes, carnudos, como de raízes invertidas se tratassem, que eu falei de África... Foi este entrelaçar de vivências que a memória jamais apagará. Vai ver que a inquietude da saudade, nunca mais a larga e até apostava, que os pensamento que vão por aí, são sem dúvida...Voltar de novo e sorver o que ficou (tanto) por realizar. Vai uma aposta?
Eu fico à espera, da minha nova vez.

Beijocas amigas.

francisca nemesio disse...

Mia Couto, um dos meus escritores preferidos. Uma prosa poética e reinventada. Quando ainda não tinha pousado o pé em solo africano já a minha imaginação se impregnava de muito do que lá vi e senti.
Um forte abraço Mafalda