Havia um apelo forte para entrar. Há muito que fugia de entrar numa Igreja. Tinha medo de encontrar respostas ou de simplesmente formular ainda mais perguntas. Tinha medo de chorar, de me confrontar com o Deus com quem tenho jogado às escondidas nas últimas semanas. No entanto, sabia que tinha que entrar, era forte demais o chamamento, impossível fugir mais.
Entrei. Apenas os meus passos nas pedras frias, nuas, desertas. Caminhei em direcção ao altar, a igreja era especial, monumental. Foi esta, mas podia ser qualquer outra. Aquilo que procurava podia encontrar em qualquer uma. O coração batia cada vez com mais força, medo? Culpa? Porque me escondia eu de Deus?

Ajoelhei-me, sorri. Sei que sorriste também por me teres ali. E depois desse sorriso, acabou o medo, a angústia, a ansiedade... Disse-Te aquilo que já ouviste tantas vezes no meu pensamento. E, aos poucos, a tranquilidade regressou. Sorri novamente. As lágrimas, ao contrário do que esperava, não vieram. Talvez porque algo mais forte (re)nasceu e a felicidade foi superior à dor que me havia levado até Ti.
Caminhei pela Igreja com toda a calma e todo o tempo do mundo. Estavas lá, em tudo, sobretudo no silêncio com que me falavas.
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